STORYTELLING - HISTÓRIAS DE INOVAÇÃO

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Procalçado - Ideias e Oportunidades

"Queremos ser reconhecidos como uma empresa que vai mudar as regras do jogo do calçado que se usa no meio hospitalar. Não têm de ser só socas nem têm de ser todas pretas, azuis ou brancas", explica José Pinto, responsável da Procalçado”.

A Procalçado foi criada em 1973. Tem hoje 250 funcionários, e produz mais de 6 milhões de pares de sapatos. No início da atividade existiam poucos concorrentes de calçado e componentes. A empresa passou por várias fases cada qual com as suas dificuldades e desafios. Portugal inicialmente dependia de quase tudo. São das primeiras empresas que foram ao estrangeiro e trouxeram ideias novas. A partir de dada altura sentiu se a necessidade de exportar, visto o mercado interno não ser suficiente para os projetos e ambições da empresa. Por último a empresa tem avançado para novas áreas dentro do calçado – o calçado injetado. Os concorrentes passaram agora a ser globais, destacando-se na europa os Italianos e espanhóis, enquanto no exterior se confrontam com os brasileiros e os asiáticos.

Clientes. Os grandes clientes estão concentrados na Europa (solas, componentes para calçado) para a Armani, e outras marcas de referência; em Portugal têm como clientes, as marcas Luís Onofre, Cubanas e Miguel Vieira. A diversidade de oferta, e a capacidade de interpretar e resolver problemas de cada cliente, faz com que seja possível conceber uma solução para cada caso. O cliente quando chega á fábrica pode encontrar quase tudo para sair com o produto que pretende.

Produtos. O leque de produtos é variável, nas solas podem oferecer- borracha, termoplásticos, pvc, poliestano, materiais termoplásticos especiais. Moldados termicamente a elevadas temperaturas e permitindo a adição de pigmentos, podem assumir quaisquer formas e cores.

Cada área tem tecnologia e exige conhecimentos diferentes. Isto obrigou que a unidade industrial fosse constituída por várias fábricas (linhas diferentes). Só desta forma conseguiram ter uma variedade e diversidade de soluções de oferta, que única atualmente na Europa. No calçado salienta-se a marca Wock e For Ever. Na Wock a lógica, desde a criação do primeiro modelo, bicolor, que as coleções foram crescendo, com as Clog transparentes, as Everlite - 70% mais leves do que os outros modelos, (anti estáticas, antiderrapantes, e á prova de água) - e agora as Wock Moc, os primeiros mocassins profissionais do mundo. Têm, também, as sandálias para os SPA. Proximamente esperam lançar no mercado uma nova linha de artigos biodegradáveis. "Podem ser mocassins e podem ser cor-de-rosa, amarelos, castanhos ou azul-celeste. O mundo mudou e as pessoas evoluíram. O trabalho não tem de ser um ambiente aborrecido. Vamos mudar o mundo, torná-lo diferente e colorido", diz José Pinto.

Apesar de todas as melhorias, o preço continua a ser neste sector, um fator decisivo na compra. No entanto a empresa não procura concentrar aí todos os seus esforços. Por outro lado, procuram antes, ter novas tecnologias de modo a oferecerem coisas diferentes. Isto porque os mercados apresentam níveis de sensibilidade aos preços, diferentes: os espanhóis são diferentes dos alemães; fora da europa a sensibilidade ao preço é menor, atribuem maior importância ao, design, á qualidade e ao facto de ser fabricado na Europa.

Canais. Nas solas utilizam uma equipa de vendedores (5) que trabalham várias zonas geográficas/mercados. Em casos pontuais existem agentes. No calçado já existem outras opções: na marca própria (Wock) é vocacionada para o mercado hospitalar. Para esta marca, existem 2 distribuidores, um para ortopedia, e outro para farmácia. Encontram-se ainda a estudar o mercado de hotelaria e o canal horeca, para desenvolvimento futuro. No calçado injetado com a marca For Ever, oferecem aos clientes os seus produtos, mas agora personalizados (private label) – Luis Onofre, Carolina Herrera etc.

I&D. Procuram desenhar soluções variáveis e diversificadas, desde a conceção (protótipo) e desenvolvimento de materiais. Isto significa encontrar as misturas certas em materiais biodegradáveis, materiais sobre base natural, matérias que dão efeitos plásticos, e que podem ser utilizados na indústria militar, ou mesmo para o deserto. A grande capacidade de conceção e desenvolvimento da For Ever explica a forte vocação exportadora da marca. Para esta vocação têm sido determinantes os projetos “por medida” de solas For Ever, materializados através de designers, projetistas, engenheiros, químicos e consultores. Resultado deste desígnio inovador, a Procalçado recebeu vários prémios GAPI de Inovação Tecnológica nos últimos anos, bem como um prémio de eficiência energética.

  • 2003, 2004, 2005, 2007 e 2008 – Prémio GAPI na categoria: “Materiais e componentes inovadores”;
  • 2010 – Prémio GAPI na categoria: “Artigos e calçado técnico”; 
  • 2011 – Prémio Energy Efficiency na categoria de "Empresa eficiente".

Existe uma estreita colaboração com o Centro Tecnológico do Calçado. Para além desta área de I&D, as compras e a produção contínua, são outros aspetos relevantes na atividade. Contudo é no desenvolvimento onde estão concentrados as suas maiores preocupações, dado ter sido aí que no último ano investiram 5 milhões de euros. Na área dos moldes desenvolveram parcerias em Portugal, usufruindo daquilo que de mais desenvolvido existe no mundo. Ao nível dos recursos humanos, existe um grau de conhecimentos técnicos necessários ao nível das nanotecnologias tal como na NASA. Os gastos com pessoal continuam a representar a maior fatia na estrutura de custos.

As vendas cresceram de 15 m€, para 17m€, 20m€ em 2011. Traduzindo em êxito as opções realizadas.



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